Rótulos de cervejas artesanais

Rótulos de cervejas artesanais

Rótulos de cervejas artesanais: Graça e cor

Rótulos de cervejas artesanais: Gordelícia, Cacildis, Sporro, F#%*, Olívia IPAlito… Citados assim, numa mesa de bar, esses nomes poderiam soar como os de cachaças. Mas os rótulos cheios de graça e de cor, além do conteúdo das garrafas, cada vez mais tornam as cervejas artesanais inconfundíveis. Num mercado que cresce exponencialmente, destacar-se é tarefa não só para bons cervejeiros, como também para designers criativos que desenvolvem verdadeiras obras de arte a partir de referências que vão do pop e o grafite ao impressionismo e surrealismo. Não por acaso, este ano, a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, lançou o Prêmio Randy Mosher de Design de Rótulos, para valorizar as criações nacionais e incentivar a proximidade entre artistas e desenhistas com o setor, como acontece em outros países. O americano é considerado o mestre do design de rótulos cervejeiros.

— Calculamos que haja no Brasil cerca de 300 pequenas cervejarias legalizadas. De uns cinco anos para cá, começou a crescer o mercado de cervejarias artesanais, graças a fatores como a ascensão da classe média que passou a viajar e a provar outros sabores, voltando mais curiosa e empreendedora. O número cresce não só nos estados do Sudeste, mas no Acre, no Amazonas… — contabiliza Marcelo Carneiro, dono da Colorado e presidente da Associação Brasileira de Microcervejarias (ABM), com 80 associados e criada há cerca de um ano, que é a reedição de uma entidade criada em 2002 com apenas seis cervejarias, que acabou extinta.

— Tínhamos que ser diferentes do mainstream, que quer agradar a todo mundo. A cerveja artesanal quer exprimir uma ideia, alcançar um nicho. Há as que têm imagem mais ligada ao rock, ao universo retrô, à tradição alemã, às tatuagens… Os nomes são escolhidos para agradar a estes nichos.

De acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 75% das empresas que investiram em design em suas embalagens registraram aumento de vendas. No mundo das cervejas, a receita vitoriosa vem sendo seguida. E os criadores bebem muito da fonte americana de design de rótulos.

— Até pela época em que foram criadas, as inglesas e alemãs têm rótulos mais tradicionais, assim como a própria bebida. Já as americanas são mais criativas na mistura de ingredientes e se valem de elementos da cultura pop, de Hollywood, dos quadrinhos, de Roy Lichtenstein e Andy Warhol em suas embalagens. Elas trouxeram gás novo para as cervejarias do mundo inteiro — avalia o designer e diretor de arte Bruno Couto, responsável pela reformulação dos rótulos da carioca 2cabeças e da paulista Invicta, que produz a 1000 IBU, uma Imperial IPA (de estilo mais amargo).

IBU é a escala internacional de amargor da cerveja, explica Bruno, e o paladar humano não consegue perceber algo superior a uns 100 IBUs. A Invicta, que no início usava monumentos de Ribeirão Preto em seus rótulos, queria uma cara nova para a 1000 IBU. E a garrafa ganhou uma ilustração alusiva ao seu conteúdo: um soco, que dá ideia de potência, desenhado por Yumi Shimada, que já fez quase dez rótulos desde 2012:

— A ideia foi do Bruno. E eu sugeri tatuar os dedos com o nome da cerveja — diz a publicitária.

DUPLO SENTIDO E SARCASMO: MARCAS NACIONAIS

O duplo sentido, comum às cachaças, também é um recurso muito utilizado para batizar os produtos.

— A Saison à Trois remete a um ménage à trois, com seis pés entrelaçados. E foi um ménage cervejeiro, pois a cerveja é feita pela Invicta com a 2cabeças — conta Bruno, para quem o duplo sentido ter tudo a ver com o estilo do brasileiro. — Também fizemos a Unbranded beer: linha especial sem marca, com um X branco em um quadrado preto no lugar do rótulo.

Rótulos de cervejas artesanaisA elegância da cerveja artesanal Jeffrey Niña – Divulgação / João Francisco

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